quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Capítulo I - Contrato


Acendeu então o isqueiro, deixando-o cair sob seu sobretudo sujo de sangue, e o corpo daquele pobre e infeliz rapaz que metera-se em sua vida. Não era feio, era até bastante atraente, mas foi intrometido a ponto de pedir sua própria morte, e mesmo implorando por misericórdia, aquela garota de cabelos caramelados não teve dó, e matou o simples motorista com um tiro na cabeça. E dali pra frente, era a parte fácil, pegar todo o dinheiro que haviam lhe prometido, e mudar de nome e de país. Era a quarta vez que fazia isso, e a cada assassinato, o fazia com mais maestria.
Seu novo destino era o Canadá, afinal, como era considerada a melhor assassina de aluguel, seus trabalhos eram cogitados sempre, e em todos os lugares do mundo. É como Edgar Allan Poe diz: Toda religião simplesmente desenvolveu-se com base no medo, ganância, imaginação e poesia. E então, ninguém está isento de ganância e ambições, o homem é o mais cego dos animais, a ponto de matar, pra conseguir status e bens materiais.
Não havia mudado apenas de endereço, agora, seus cabelos louros eram de um tom tão escuro quanto o breu, e sua pele extremamente branca destacou ainda mais seus olhos azuis e sua boca vermelho-sangue. Parecia três vezes mais sensual e... Fatal. Dessa vez, era pra valer. Terminou de se vestir, e foi até o Central Park, atrás de William McEray, seu novo cliente, mas é claro que não iriam tratar de negócios ali, seria antiético e nada profissional. Assim que o viu, o ruivo de olhos verdes como esmeralda a puxou pela cintura, guiando-a até o seu novo porshe preto. O caminho até o apartamento de William foi silencioso, e a garota observava atenta a todos os detalhes em volta. Cada mísero detalhe poderia lhe ajudar em seu novo caso.
O ruivo parou seu carro de frente a um conjunto de prédios luxuosos, o que deixou Katherine levemente surpresa. Ele com certeza pagaria bem, bem mesmo. Os dois adentraram por um corredor, com adornos de bronze, prata e até ouro, até chegarem ao apartamento de número dezesseis.
- Sente-se, vou pegar vodka.
Assim que o ruivo saiu de perto, a garota tirou o sobretudo, deixando a mostra sua roupa provocante. Usava um shorts jeans curto, uma camiseta de ombro só azul, e um salto de mesma cor. Quando William voltou com a bebida, ficou meio pasmo ao ver o quão sexy aquela garota era, mas deu de ombros e pegou uma pasta na cor verde, que estava em cima de uma mesa de centro.
- Katherine White, 20 anos, estadunidense, sedutora e assassina, estou certo? – leu, jogando a pasta posteriormente no chão. – Eu quero que seduza, case-se e faça meu sócio passar todos os bens dele pra você, e depois – ele riu – simplesmente o mate.
- Só isso? – sorriu satisfeita, pegando um copo de vodka e dando um gole fundo.
- Quero encontros quentes contigo a cada duas semanas, feito?
- Mil dólares por encontro, e quando matar esse otário, quero vinte milhões em minhas mãos.
- Tudo certo, mas precisamos de um encontro quente agora.
Katherine sorriu maliciosa e deixou o copo de lado, chegando cada vez mais perto do ruivo, que foi se animando cada vez mais. A garota riu pelo nariz e sentou-se no colo de William, tirando-lhe a camiseta de uma vez só, e dando um beijo no pescoço do mesmo, acompanhado de algumas mordidinhas. Suas unhas por sua vez, correram por todo o tronco e pescoço do novo sócio o que o fez ficar animado.
- Aqui não é lugar para uma dama como você.
E então, sem deixar Katherine dizer algo, a pegou no colo, a jogando na cama. William tirou a camiseta da garota como se estivesse desembalando uma bala e então a jogou no chão, deixando suas mãos fazerem o trabalho por si só, enquanto a garota fingia estar gostando daquilo. Na verdade, ela tinha nojo, sempre teve nojo disso, mas fazer o que, ganhava dinheiro fácil assim, teria de aguentar. Ou não.
- Preciso sair agora, me dá 400 dólares agora e depois a gente continua isso ou... Sei lá – a garota deu de ombros – Vou ver o que faço sobre o Bieber, quanto antes melhor, não acha? – piscou pegando sua camiseta e a vestindo. – Eu sei o caminho, não precisa me levar.
- Ah, ok então – William levantou-se desnorteado e tirou 400 dólares, dando de mal grado para a garota. – Quero notícias.
[...]
Dentro de um all star de couro preto, um shorts jeans curtíssimo, uma camiseta preta do Ramones e uma camisa xadrez azul, com os cabelos penteados num rabo de cavalo firme, a garota saiu de seu apartamento, rumando para o Central Park, dessa vez, para uma festa infantil, e para botar em prática o seu plano de seduzir Bieber.
Assim que entrou no elevador, o pequeno Dave, parou para encarar a mulher a sua frente, quase que de boca aberta. Katherine riu e o pegou no colo, dando um beijo em sua bochecha.
- Sua mãe sabe que está saindo sozinho? Hein? Tá indo pra onde? Pro playground?
- É... Aham!  - ele sorriu – Mas mamãe não sabe que to aqui – baixou a cabecinha.
- Então vai ser nosso segredinho – ela riu. – Tenho que ir, se divirta.
A porta do elevador então se abriu, e o garotinho de cabelos loiros saiu correndo pelo corredor, rumando ao playground. Katherine riu um pouco sozinha e seguiu seu caminho, cumprimentando de aceno, o porteiro. Não iria pro parque de carro, queria ver até onde chegaria hoje com Bieber. Tinha que analisa-lo com calma, então preferiu seguir andando até o local, já que era a apenas duas ruas dali.
Assim que chegou na festa, olhou em volta e logo localizou o garoto, que estava sentado sozinho num banco de madeira. Sozinho não, na verdade, rodeado de garotas, mas ele não dava atenção de fato pra nenhuma. Por céus, será que ele é gay? Katherine preferiu dar de ombros e caminhou até o motivo da festa, uma menininha de apenas seis anos, vestida de Branca de Neve.
- Anne minha linda, que saudade! – sorriu – Como você está linda! – girou a garota para ver sua roupa por completo.
- Kath! Kath! – a garota riu de leve. – Vem cá, deixa eu te mostrar meus presentes!
Anne pegou na mão de Katherine e a guiou até um baú enorme, cheio de presentes, que iam desde roupas, até brinquedos. Não estava nos planos, mas foi até mais fácil para a garota, afinal, o baú ficava ao lado de onde Bieber estava.
-Kath, agora tenho que ir, a gente brinca mais tarde tá?
E antes que pudesse dizer algo, a pequena saiu correndo na frente.
- Ela é linda né? – Justin disse, puxando assunto.
- Um amor – Katherine sorriu.
- Senta aqui comigo, tem espaço – ele sorriu. Katherine fitou a mesa e mordeu o lábio, vendo todos os lugares ocupados.
- Tem? – riu. – Não quero atrapalhar.
- É... Acho que não tem, mas vamos dar uma volta então ele riu, só vou pegar umas coisas e a gente dá uma volta.
Katherine assentiu, fingindo estar despreocupada e saiu andando vagarosamente, dando a oportunidade a William a pegar com força.
- Eu quero terminar o que começamos. Vamos agora!
- Não! Me larga, eu não quero! – Katherine disse brava.
- Não quero saber, vamos.
- VOCÊ TÁ ME MACHUCANDO! ME LARGA! – gritou irritada.
- William, larga ela agora! – Justin disse, acertando o ruivo com um soco. – Vem, vamos dar uma volta – pegou suavemente Katherine pelo braço, visivelmente preocupado.
- Obrigada, de verdade – sorriu, quando já estava longe de William. – Mas eu quero ir pra casa agora...
- Eu te levo então.
Katherine deu um sorrisão, era tudo que ela precisava escutar naquele momento. Seria muito mais fácil seduzir aquele otário, do que ela pensava. E poderia até, tirar uma casquinha, já que seu corpo não era lá dos piores.

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