A ilha parecia ter sido desenhada,
e até cenário de filme ou novela. Era paradisíaca, e um dos lugares mais lindos
que já havia visitado. Com certeza meus olhos já estavam brilhando, porque,
acredite se quiser, eu era uma assassina romântica. Mitchel e Chris não
quiseram nos acompanhar no jantar, e Justin preferiu guiar ele mesmo o iate até
a ilha. Não era 100% natural, pois quase que no meio da ilha, havia um pequeno
restaurante, que era iluminado apenas a luz de velas, Justin dissera que não
havia energia ali, e então pra qualquer coisa que precisasse fazer, teria de
utilizar a vela.
- Está realmente lindo – sorri e
sentei numa cadeira de frente a Justin.
- Espero que goste de macarronada.
[...]
Terça-Feira,
sete e vinte da manhã.
Havia acordado com uma mensagem de
Justin, avisando que me buscaria para ir ao trabalho, primeira vez me
infiltrando na verdadeira fortuna do loirinho poderoso. Deixei minha roupa de
dormir de lado, e tomei um banho rápido, posteriormente, prendendo meu cabelo
em um rabo de cavalo e vestindo uma camisa xadrez verde e rosa, uma saia de
cintura alta, e um salto alto preto. Ouvi então uma buzina, peguei minhas
chaves e casaco, dando uma olhada em volta do meu apartamento.
Roupas pelo chão, pedaço de pizza
e bebidas na mesa de centro... É, eu precisava dar uma arrumada naquilo tudo
mais tarde.
Corri para o elevador, onde o
peguei cheio, e todos me encaravam fixamente, coisa normal desde que cheguei
naquele prédio. A porta se abriu e todos me acompanharam para fora do edifício,
mas todos ficaram em choque ao ver Justin Bieber acenando pra mim, ao lado de
um porshe roxo. Ri um pouco da situação, e entrei no carro, ainda fazendo as
pessoas me encararem.
- Pé na taboa! – ri e liguei o som
do carro, que passava uma balada da Nicki Minaj.
- Ficaram surpresos? – Justin perguntou,
rindo.
- Muito. E ah, eu acho que... Eu
não agradeci por ontem. – mordi o lábio inferior.
- Claro que agradeceu Kath.
- Mas não da maneira certa.
Aproveitei que o farol acabara de
fechar, e puxei o rosto de Justin pra mim, dando-lhe um beijo profundo e longo,
parando só ao ouvir buzinas, alertando que o sinal já havia sido aberto. Virei
meu rosto para a janela, fingindo estar com vergonha, e no fundo, mas lá no
obscuro do meu fundo, eu estava com vergonha, o que não era uma coisa normal.
Não pra mim. O caminho até a revista foi estranho, tentávamos conversar, mas
não conseguíamos sustentar uma conversa por muito tempo, pois Justin olhava pra
minha boca, hipnotizado.
Chegamos na revista por volta das
oito e meia, e como era de se esperar, assim que saí do carro, ainda com a
ajuda de Justin, todos me encaravam sem entender, e meninas querendo me matar,
mordi o lábio inferior e entramos. Eu fiquei calada, apenas dava pequenos
sorrisos, já Justin, me apresentava a todos, como sua secretária particular.
- Kath, vou ter que resolver umas
coisas, mas vá ao 10° andar, na sala de número 20.
O elevador chegou não
muito tempo depois. Entrei de pronto, apertando o botão de número dez em
algarismo romano, mas antes que o elevador fechasse a porta, uma pessoa colocou
a mão na frente, fazendo as portas se afastarem novamente e então entrou uma garota
de cabelos avermelhados presos por um coque mal feito, com uma pasta verde em
mãos. De pronto ela me encarou um pouco, mas deu de ombros, apertando o número
nove, também e algarismo romano.
– Bom dia – disse
educadamente.
– Bom dia – disse ela,
de não muito bom grado. – Você vai a sala do chefe?
– Do Jus... Quer
dizer, do Senhor Bieber?
– Isso – disse me
analisando.
– Vou sim, ele me
contratou ontem. Sou a nova secretária particular dele – disse esboçando um
sorriso satisfeito.
– Ah, meus parabéns –
a garota forçou um sorrisinho.
– Obrigada, a
propósito, me chamo Katherine.
– Prazer, Angeline.
Antes que eu pudesse
dizer qualquer coisa, a porta do elevador abriu-se, e Angeline saiu, parecendo
aliviada por sair dali. Dei de ombros e fitei meu reflexo no espelho do
elevador, dando um sorriso a mim mesma.
As portas se abriram e
eu dei um suspiro longo, e com passos decididos deixei o elevador. A sala de
número vinte estava logo a minha frente, e parecia ser a única do andar.
Apertei um botão, já que não havia maçaneta, e dentro de segundos, a porta se abriu, dei um sorrisão,
achando aquilo o máximo e adentrei na sala.
Recebi então, uma
mensagem do chefinho.
“Estou subindo, me espere aí.
Sinta-se a vontade Kath.”
Dei de ombros, optando
por não responder a mensagem, e apenas sentei num sofá de couro preto, que
havia mais ao canto, e numa estante, novamente a foto de sua mãe, e mais ao
lado, foto de duas crianças. Será que ele tinha filhos?
A porta abriu-se e
Justin adentrou, com aquele sorriso lindo nos lábios.
Por Deus, o que eu
estava falando? Ah, foda-se, o sorriso dele é mesmo lindo.
- E então, faça eu me
sentir útil – ri – O que eu devo fazer Senhor?
– Primeiro, me chame
de Justin, não de Senhor, e em segundo, bom, seu trabalho será o seguinte, você
precisa organizar essa papelada, e cuidará da minha agenda. Preciso que me
lembre das reuniões, festas e eventos que eu preciso comparecer. E é isso. E
aí, acha que dá conta?
– Mas é claro Se...
Justin – ri colocando minha pasta colada ao meu corpo. – E minha sala, será
onde?
– Será aqui comigo –
ele sorriu simpaticamente. – Os móveis novos chegarão só mais tarde. Importa-se
de trabalhar por enquanto sentada naquele sofá?
– Mas é claro que não!
– sorri satisfeita, sentando-me no sofá indicado.
– E mais uma coisa,
você tá linda – me deu um sorriso abobalhado e eu retribuí com um sorriso
envergonhado. – Bom, agora eu preciso dar uma saída, preciso resolver umas
coisas, nos vemos mais tarde, tudo bem?
– Tudo bem – sorri
tirando as coisas de dentro da pasta. Bufei quase sem coragem, organizar aquela
papelada toda levaria tempo, muito tempo. Havia desde currículos, até pulseiras
Vips de festas que foi, para promover a empresa. De fato, ele era bastante
desorganizado. Mordi o lábio inferior, tentando achar algum saco plástico, mas
sem sucesso. Levantei-me e caminhei até a mesa de Justin, abrindo-a na
tentativa de achar dois míseros saquinhos plásticos e então, a porta fora
aberta pela mesma Angeline que havia visto antes, no elevador.
– O que você tá fazendo?
O chefe sabe que você tá aqui? E mexendo nas coisas dele? Ai meu Deus, eu vou
contar agora pra ele! – disse a ruiva, pegando seu celular.
– Não, você entendeu
tudo errado, eu estou organizando as coisas pra ele e só estou procurando dois
sacos plásticos pra separar os documentos.
– Minta como quiser
Katherine, o Justin vai saber da verdade, vou até por no viva voz pra você
escutar tudo.
– Escutar tudo o que?
Angeline, por que você me ligou? Você sabe que eu estou numa reunião. – a voz
de Justin soou do outro lado da linha e eu engoli em seco, torcendo pra que ele
não acreditasse naquela vadia.
– Senhor Bieber, você
não vai acreditar. Eu vim na sua sala para te entregar os relatórios das
vendas, e peguei a Kim mexendo em documentos, e procurando algo na sua mesa –
Angeline disse olhando para mim a cada palavra que dizia.
– Eu posso falar com
ela? – Justin disse calmo.
– Claro – Angeline
disse entregando-me de mau grado, seu aparelho celular.
– Oi Justin... – disse
constrangida.
– Kath, o que tem a me
dizer sobre isso?
– Foi o que ela disse
Justin, mas ela não acredita que seja verdade – disse com voz manhosa – Eu
estava separando os documentos da pasta que me entregou e precisava de sacos
plásticos, se não, iam se misturar de novo. Fui à sua mesa, pra procurar algum,
e a Angeline entrou. Foi isso.
– Tudo bem Kath, os
saquinhos plásticos estão no lado esquerdo da minha mesa e Angeline, entregue o
relatório para Kath e vá embora, e por favor, não me incomode novamente – disse
firme.
– Sim Senhor –
Angeline disse pegando seu celular, e o desligando. Sorri debochado para a
garota, que pareceu me fuzilar com os olhos.
– Ouviu o chefinho né?
Me dê o relatório.
– Eu não confio em
você. Eu ainda te pego vadia. – Angeline entregou o relatório e saiu da sala
com passos revoltosos.
– Idiota – ri sozinha,
fechando a porta. Peguei então meu celular, ligando para Mitchel, que não
demorou muito para atender.
–
Alô? – disse ele, com voz sonolenta.
– Lembra que disse que
me ajudaria caso aparecesse algum imprevisto? Tenho um caso pra você – disse
sentando na mesa de Bieber.
– Pode
falar maninha.
– Preciso que mate uma
vadia do meu novo trabalho. Angeline não sei o que. Não tem como errar, ela tem
o cabelo mais vermelho que se pode existir. Mas nada muito violento, um
atropelamento e já basta.
–
Eu faço, claro, mas por quê?
– Ela pode botar em
risco meu plano todo. Agora preciso desligar, preciso trabalhar. E ah, não
falhe! – disse nervosa e desliguei.
Ninguém, mas ninguém
mesmo me chamava de vadia, tentava estragar meu emprego, e se dava bem. Tadinha
de Angeline, tão nova pra morrer né? Que peninha...
Woooooooooooow kkkkkkkkkkk
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